Muito se ouve sobre feedbacks dados em empresas. No entanto, eles podem e devem ocorrer também durante o curso de seu aprendizado.
Feedback é um tema controverso e até mesmo confuso... No sentido literal da expressão, feedback significa retroalimentação, ou seja, é constante, periodicamente alimentado. Entretanto, acho que se fazem pertinentes algumas observações sobre este termo:
Feedback tem que ser dado por quem entenda do assunto: mais uma vez, a palavrinha mágica - qualificação. Se você não está seguro sobre o quê e como falar, pesquise, fale com professores mais experientes, que já passaram pela mesma situação. O que não vale é inventar e dizer qualquer coisa só para ter o que dizer...
Feedback não é sempre negativo: muita gente congela ao ouvir a palavra, mas o feedback pode ser construtivo. Que tal elogiar o bom desempenho do aluno na aula? Coisas como: gostei muito da sua participação hoje ou a sua pronúncia melhorou muito, parabéns. Todo mundo gosta de saber quando está indo bem. É motivador, é o reconhecimento do esforço alheio.
Feedback não é assédio moral: ao dar um feedback a um aluno, devemos, antes de mais nada, ser profissionais. Não interessa se você "vai com a cara da pessoa" ou não. Não adianta "despejar" um caminhão de impropérios - até mesmo porque assédio moral é crime!
O que interessa é dizer o que tem que ser dito, de forma profissional e produtiva. OK, o aluno nunca faz lição de casa e isto vem prejudicando o desenvolvimento dele, certo? Ele tem que saber sobre o problema, tem que enxergá-lo, mas de forma construtiva, sabendo que estamos preocupados com o aprendizado e não apenas simplesmente criticando.
Feedback não é fofoca: o feedback tem que ser baseado em fatos reais e não em "achismos" ou coisas que outros nos trazem. Se alguém vem dizer que o aluno Joãozinho não gosta das atividades e por isso não as realiza, não está dando uma evidência concreta. Afinal, não foi o aluno Joãozinho quem falou isso, concorda? Além do mais, como diz o ditado, quem conta um conto, aumenta um ponto... Jogar claro, de igual para igual, sem intermediários (que nem sempre têm boas intenções) é sempre a melhor saída. Ouça a parte interessada.
Também não adianta "acharmos" que o aluno "deve" ter dificuldade com isso ou aquilo, que está desinteressado, se não conversarmos diretamente com ele. Lembre-se: o aprendizado é dele (a).
Feedback não é válvula de escape para frustrações: se o seu time perdeu no final de semana, se você brigou com o seu namorado (a), esposo (a), familiar, chefe etc... sorry to say: não é problema do seu aluno! Como já disse, feedback é profissional. Frustrações, histerias e coisas afins devem ficar de fora, no consultório do psicólogo ou psiquiatra, nunca na aula. Já pensou "acabar" com um aluno só porque você tem/teve um problema pessoal? Falta de respeito e de ética profissional, no mínimo...
Feedback é só na época de avaliações: embora ocorra também nesta época, o feedback tem que ser constante. O aprendizado implica acompanhamento, não é linear e, por vezes, necessita de ajustes e mudanças. Por isso, nada de surpresas na hora do feedback na avaliação de seu aluno. Caso contrário, você correrá o risco de ouvir: ué, problemas com pronúncia? Você nunca me disse isso... E aí, adeus credibilidade...
É melhor não ter nenhum feedback a ter que escutar um parecer ruim, desqualificado, sem profissionalismo e, por vezes, sem um mínimo de bom senso... Lembre-se de que o feedback é uma ferramenta poderosa, mas apenas se usada da forma certa, por profissionais competentes.
*Biodata - Marianne Rampaso
Graduada em Letras, com habilitação em Tradução e Interpretação Inglês - Português pela Unibero. Pós-graduada em Língua Inglesa pela Universidade São Judas Tadeu. Professora habilitada para o ensino de Inglês para Propósitos Específicos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente cursa o Teacher's Link, na PUC-SP, voltado ao desenvolvimento de pesquisa e reflexão aplicadas à sala de aula de língua inglesa. Atua há mais de dez anos como professora especializada no ensino de inglês geral e para propósitos específicos para aprendizes adultos.
Coautora do site www.englishatwork.com.br e professora experiente na divisão In Company.
Responsável pela área de língua inglesa da All About Idiomas.
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Based on a work at allaboutidiomas.weebly.com.