Por Marianne Rampaso*
Às vezes há aquele (a) colega, o “Mr.” ou a “Ms. Desânimo” que sempre vem com as mesmas ladainhas: “não vou aprender, não adianta, não tem jeito, passei por 250 cursos de inglês e chega uma hora que tudo fica igual”. E o grupo vai na onda dele(a)!
Creio que aluno que fica em um curso só por “ficar”, para comprovar que “não vai dar em nada mesmo”, está desperdiçando tempo e dinheiro, além de atrapalhar quem precisa e quer aprender.
Lembrem-se de que o pessoal do “não tem jeito” é aquele que prefere a acomodação ao movimento, à ação... É muito mais fácil estar acomodado do que tentar fazer alguma coisa. E isso não vale só para aluno não: tem muito professor que dá aquela “aulinha ‘feijão-com-arroz’ de sempre”, apenas para não ter que correr atrás de coisas novas, preparar material e refletir sobre o que faz. Ação dá trabalho!
Será que esse pessoal do “não tem jeito” cumpre com o papel de aluno? Ou só aparece no curso para desencargo de consciência?
Estar de “corpo presente” na sala não garante aprendizagem. Se o aluno não assumir a responsabilidade pelo seu aprendizado, a coisa não flui mesmo. Isto quer dizer que você tem que participar, fazer as tarefas propostas, ir em busca de coisas extras, ir além do que vê em sala. E para isso não precisa passar o dia todo estudando. O tempo que você gasta colocando coisas “curiosas” nas redes sociais pode ser usado para estudar - inclusive usando as redes...
Quem empurra com a barriga, fica naquela do “vamos ver como é que fica”, corre o risco de estar caminhando para o abismo: um dia você vai precisar do idioma e a bomba vai estourar... Se você fica nessa, lembre-se de que há outros milhares por aí que correm atrás.
Em outras palavras, enquanto você se lamenta, há outros que estão estudando e se preparando para aproveitar as oportunidades profissionais e acadêmicas que precisam de idiomas estrangeiros. Fulano(a) passou naquela entrevista de emprego em inglês para aquela vaga? Que sorte, não? Não! Ele(a) estudou, foi atrás, foi empenhado...
O seu professor não vai – e nem pode – aprender por você. Se o aluno não quiser, não tem professor no mundo que o motive. Podemos motivar quem está disposto, mas a motivação inicial parte de quem realmente deseja aprender. Motivação, antes de qualquer coisa, é intrínseca, vem de dentro.
Os bons professores, os profissionais da educação – e não os “dadores” de aula – podem contribuir com a construção do seu conhecimento, mas não entregarão um “pacote de inglês, espanhol” etc., prontinho para você usar no seu trabalho ou estudo.
O acomodado espera isso, mas é uma espera em vão. Talvez seja por isso que os “250 cursos de inglês” pelos quais ele(a) passou sejam todos a mesma coisa... Será que essas pessoas não estão esperando pelo tal “pacote” de conhecimento? Let’s move on!
*Biodata – Marianne Rampaso
Graduada em Letras, com habilitação em Tradução e Interpretação Inglês - Português pela Unibero. Pós-graduada em Língua Inglesa pela Universidade São Judas Tadeu. Professora habilitada para o ensino de Inglês para Propósitos Específicos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente cursa o Teacher's Link, na PUC-SP, voltado ao desenvolvimento de pesquisa e reflexão aplicadas à sala de aula de língua inglesa. Atua há mais de dez anos como professora especializada no ensino de inglês geral e para propósitos específicos para aprendizes adultos.
Coautora do site www.englishatwork.com.br e professora experiente na divisão In Company.
Responsável pela área de língua inglesa da All About Idiomas.
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Baseado no trabalho em www.allaboutidiomas.weebly.com.