All About Idiomas
ALL ABOUT IDIOMAS nas redes sociais
  • Informativo
  • Início
  • Diferenciais
  • Cursos
    • de Língua Portuguesa >
      • para brasileiros
      • para estrangeiros
      • Portuguese for Foreigners
    • de Língua Inglesa >
      • curso específico
      • curso regular
  • Metodologia
  • Quem somos
  • Dicas
    • de Português
    • Inglês - Sites
    • Inglês - Everyday language >
      • A - E
      • F - J
      • K - O
      • P - T
      • U - Z
  • Jogos e Quizzes
    • Quizzes de Português
    • Quizzes de Inglês
  • Contato
  • Blog - Língua Real/Real Language
  • Newsletter

Método Perfeito para Aprender Inglês: Verdade ou Mito?

15/11/2011

2 Comments

 
Picture
__Por: Daniela Almeida (novaescola@atleitor.com.br)

Pesquisadora brasileira alerta para a importância de refletir sobre a prática em sala para substituir definitivamente os "métodos milagreiros".
_ "Já baseamos as aulas em tradução e em gramática, mas hoje sabemos que cabe ao professor analisar a turma para atuar bem." ANTONIETA CELANI

A formação deficiente de professores em faculdades sem qualidade que se proliferam pelo país e a escassez de programas de Educação continuada bem organizados são apenas dois dos desafios enfrentados no ensino de Língua Estrangeira. Outra questão, somada a essas, torna o cenário ainda mais desafiador: a ausência de uma política clara - em nível nacional -, o que leva a disciplina a uma posição secundária dentro do currículo. Na avaliação da professora Antonieta Celani, fundadora, em 1970, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada - o primeiro do gênero no Brasil - e atual coordenadora do Programa de Formação Contínua do Professor de Inglês da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, existe uma descrença geral no meio educacional em relação à área.

Para ela, no entanto, a situação tende a se reverter com o fim da crença de muitos educadores na existência do que costumam chamar de "o melhor método". "Já baseamos as aulas em gramática e em tradução, por exemplo, mas hoje sabemos que cabe ao professor analisar a turma para atuar bem", afirma. Nesta entrevista, a pesquisadora explica por que acredita que a busca por receitas só mudará com a formação reflexiva - a capacitação que prepara cada docente para avaliar a realidade em que atua e aplicar princípios de ensino e aprendizagem que funcionem para o grupo de estudantes que tem em cada sala de aula. 

O que mudou nas aulas de Língua Estrangeira no Brasil desde que o primeiro curso de pós-graduação na área foi criado, em 1970?
CELANI: Antes, o foco estava no ensino de línguas em si. Hoje, o conceito de linguística aplicada, guarda-chuva do curso que ajudei a criar, é muito mais amplo. Naquele tempo, a preocupação era o que e como ensinar. Hoje há outras perguntas: para que crianças e jovens precisam do Inglês? Por que ele é necessário no currículo? 

Por quais concepções de ensino da disciplina o país já passou?
CELANI: Primeiro, tivemos aquela baseada em gramática e tradução. Depois, caminhamos para o método audiolingual, embasado na repetição oral e com orientação behaviorista. Daí em diante, apareceram iniciativas soltas: método funcional (conteúdo determinado por funções, como pedir desculpas e cumprimentar), método situacional (conteúdo pautado por eventos como "no aeroporto", "na loja" etc.). Todos, no fundo, se tratavam de audiolinguais disfarçados, já que a condução em sala também se dava pela repetição. Mais tarde, surgiu a abordagem comunicativa, por meio da qual não se pode usar a primeira língua, só a estrangeira. Essa foi a grande revolução do fim do século 19. 

Não houve a influência do sociointeracionismo?
CELANI: Sim, as ideias do psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) vieram paralelamente, focadas na questão do desenvolvimento e do ensino e da aprendizagem como um processo único. Nesse contexto, são usadas formas de mediação - pelo professor, pelo colega ou pelo próprio material didático - para levar o outro a aprender. 

E atualmente, como estamos?
CELANI: Hoje, atuamos em uma era que os especialistas chamam de pós-método. Falamos em princípios e em diferentes possibilidades de implementá-los. De certo modo, para a questão da formação docente, isso complica a situacão, já que é muito mais fácil pegar uma receita e aplicá-la. Agora, dependemos da análise do professor em relação ao que fazer diante da realidade em que estão inseridos seus alunos. 

O que cabe a ele, afinal?
CELANI: Ele precisa dominar o contexto por meio de princípios básicos de ensino e aprendizagem que independem de metodologia. Existem alguns nos quais o professor acredita e aos quais é fiel. Se ele aposta na mediação, por exemplo, não vai exigir que a garotada repita milhares de vezes uma palavra. 

Não é possível falar, portanto, em um modelo que seja mais eficaz.
CELANI: Exatamente. Não existe um método perfeito, até porque a eficácia depende do objetivo da pessoa ao aprender um idioma. A saída agora é entender por quê, para quê, como e o que ensinar - nessa exata ordem. A primeira resposta pode ser: porque a língua confere uma formação global ao indivíduo. Para quê? Até o 9º ano, ainda não há uma certeza. Então, a formação deve ser básica para permitir direcionamentos específicos posteriores. O como vai depender dos objetivos. Só então é possível definir os conteúdos a ensinar. 

É importante que esses conteúdos estejam relacionados às práticas sociais de leitura e escrita?
CELANI: Sim. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Estrangeira, lançados em 1998, do qual sou coautora, recomendamos a ênfase em leitura e escrita, considerando as situações do contexto brasileiro. Fomos massacrados. Diziam que a proposta era elitista, pois excluía a possibilidade de acesso do estudante ao desenvolvimento das quatro habilidades - ler, falar, escrever e compreender. Mas como, sem preparo, o professor pode desenvolver a habilidade de fala com 50 crianças por classe em duas horas semanais? Agora, justamente as práticas de leitura e escrita aparecem como uma necessidade social. 

Como levar esses dois conteúdos para a sala de aula?
CELANI: Ligando aquilo que acontece em classe com objetos de uso da Língua Estrangeira que existem fora do ambiente escolar. Vale trabalhar com textos de jornal (disponíveis inclusive na internet), rótulos de produtos, a estampa de uma camiseta ou letras de música. Dessa forma, o professor encontra um link com os jovens. 

Com o desenvolvimento de novas mídias e tecnologias, como a internet e a TV a cabo, mudam os conteúdos e a maneira de lecionar Inglês?
CELANI: Com certeza. Existem, aliás, iniciativas muito interessantes nesse sentido, como a chamada You've Got Mail. Por meio desse programa, os professores promovem a troca de e-mails entre alunos brasileiros e de outros países. O computador é um recurso que deve ser usado para fazer tarefas que despertem o interesse dos estudantes. Usar essas novas tecnologias é outro meio de estabelecer um relação com a realidade. 

Muitas escolas brasileiras ainda focam apenas a gramática e a decoreba. Como mudar isso?
CELANI: É preciso valorizar o segundo idioma, entender qual a importância de aprendê-lo para a Educação do indivíduo - o que permite a ele entender o outro e as diferenças e estar inserido no contexto mundial atual. E também, é claro, dando formação inicial e continuada para os professores. Eles apenas repetem o que aprendem. 

Quais os problemas da formação docente nessa área?
CELANI: Primeiro, há a questão da licenciatura dupla em Português e Inglês, por exemplo. Com o repertório proporcionado pela Educação Básica, não há como dar conta das duas em tão pouco tempo. Além disso, hoje se proliferam faculdades que não têm corpo docente adequado nem desenvolvem pesquisa e dão cursos baseados na gramática. O ideal é que a graduação ofereça a prática e o uso da língua, de várias maneiras, além de formação reflexiva e não receitas. 

Como os professores recém-formados chegam à escola?
CELANI: Eles se sentem perdidos, já que a própria instituição muitas vezes desvaloriza a disciplina. Alguns se perguntam por que estão ensinando aquilo. Eles não têm noção da capacidade de inclusão que o idioma tem. 

O que é essencial numa boa aula?
CELANI: A conversação. O único momento real de comunicação se dá com ordens: abram seus livros. Em sala, continua-se falando em português e isso acontece pela falta de naturalidade com o idioma. O medo de a turma não entender não é desculpa. Senão vira um círculo vicioso. É possível usar os dois idiomas, pelo menos, ou traduzir na primeira vez que empregar determinados termos. 

Que outras habilidades e conhecimentos o professor deve ter?
CELANI: Além de ser capaz de falar na língua que leciona em sala, ele precisa escrever de maneira simples e correta sintaticamente, ler um artigo e entender falantes nativos - que não devem ser encarados como modelo, nem em relação à pronúncia. Mesmo porque essa ideia está superada hoje pela falta de fronteiras proporcionada pelo avanço da tecnologia e por causa da expansão do inglês. Afinal, quem é o falante, nesse caso, uma vez que os não-nativos superam absolutamente os que o têm como primeira língua? O princípio é se comunicar de forma correta e compreensível. 

O que a formação continuada pode oferecer ao docente da área?
CELANI: Ele precisa estar preparado para se enxergar e atuar como um pesquisador da própria prática. A reflexão proporciona isso a ele. Um dos grandes problemas do professor é a solidão. Muitas vezes, ele não tem colegas com quem trocar experiências na escola. Por isso, é importante estar sempre alerta para oportunidades em centros de recursos e usar a internet para pesquisar e travar contato com o idioma. 

Qual o currículo do programa de Educação continuada para professores de Inglês do qual a senhora participa?
CELANI: No programa para formação gratuita de professores da PUC, em parceria com a Cultura Inglesa, os educadores primeiro têm aulas de aperfeiçoamento linguístico. Terminada essa etapa, eles fazem um curso de extensão chamado Reflexão Sobre a Ação, durante o qual gravam suas aulas e analisam o que funcionou ou não. Além de estudarem os aspectos didáticos (a organização do sistema fonológico do inglês, a relação com textos etc.), refletem sobre questões da prática em sala de aula. Depois, eles preparam unidades didáticas e testam esse material nas escolas em que trabalham porque a intenção é multiplicar a formação pelas escolas. 

Como a rede pública encara o ensino de um segundo idioma?
CELANI: Como uma das últimas preocupações. Não há meios para que ele avance porque não existe uma política nacional para a disciplina. Isso é resultado da exclusão da Língua Estrangeira do núcleo comum na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1961. Na época, ela passou a ser tratada como atividade. Depois, a LDB de 1996 menciona "uma Língua Estrangeira". A escolha é da escola. Independentemente disso, um decreto do governo, de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade de a escola se oferecer o Espanhol, apesar de ele ser optativo para os alunos. Só que na prática não acontece nada. Mesmo porque ainda não existem professores suficientes para preencher essas vagas. 

Que resultados os estudantes colheriam se as aulas de um segundo idioma fossem priorizadas?
CELANI: Eles passariam a entender as diferenças e a conviver melhor com elas. Aprende-se isso por meio do contato com outras culturas. No aspecto social, temos as questões do acesso ao mercado de trabalho e da inclusão e da participação do sujeito no mundo. Hoje, quem não tem um nível de inglês que permita entrar nessa grande roda está excluído. Bom ou ruim, esse é um fato.

Entrevista publicada originalmente em:
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-estrangeira/fundamentos/nao-ha-receita-ensino-lingua-estrangeira-450870.shtml

Licença Creative Commons
Método Perfeito para Aprender Inglês: Verdade ou Mito? de Daniela Almeida é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Based on a work at allaboutidiomas.weebly.com.
2 Comments
Carlos Alberto Ribeiro da Silva
20/5/2017 05:06:59 am

I'd like to do a question:what's the best way to learn English language or another language?I think if I memorize a thouzand different sentences it's very good.I'm right or wrong?

Reply
Marianne link
20/5/2017 10:25:03 am

Hi,Carlos!

First of all, thanks for getting in touch!
In fact, there is 'no best way' to learn a language, since everybody has a different way of learning.
Also, there´s no ' best method' either...
When you learn a language, you have to keep in mind that words are used to do something in the language, something in life. That´s no use of memorizing a thousand words if you don´t know what they are for, in which situation they should be used. We learn a language for communicating in certain situations, and each situation requires a specific kind of language, but there´s no need to know everything by heart. We need to know how to use the right language for the right situation/ purpose.

All the best!




Marianne
Responsável pela área de Língua Inglesa
Mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP, Pós-graduada em Língua Inglesa e Graduada em Letras- Tradutor Intérprete Inglês-Português,

Reply

Your comment will be posted after it is approved.


Leave a Reply.

    Picture

    Sobre Nós
    All About Idiomas

    Um novo conceito no ensino de idiomas. Entre em contato conosco para mais informações.

    Copyrighted.com Registered & Protected 
PINP-PFOF-WWBB-8QJQ

    Textos - por título
    em ordem alfabética

    All
    09 Motivos Para Estudar Português
    A Experiência Norte-americana
    A Importância Da Língua Portuguesa No “meio Empresarial”
    A Língua Do Pensamento
    Aprendizagem E Reciclagem De Conhecimentos
    A Teoria Das Inteligências Múltiplas
    Como A Fala Certa Pode Ajudar Na Escrita
    Como Escolher Uma Escola De Idiomas Para Estudar?
    Conceito De Erro Em Língua
    Concepção E Tipos Gramática
    Conflito No Cérebro!
    Consegue Ler?
    Consultoria Em Idiomas Funciona?
    Desanimado Para Aprender?
    Disciplina Nos Estudos é Ruim?
    E-learning Funciona?
    Ensinar Língua Portuguesa Significa Ensinar Gramática?
    Ensino De Língua Estrangeira Vai Além Da Gramática
    É Possível Ser Entendido Em Inglês Sem Ter Sotaque Nativo?
    Eu Tenho Que Saber O Significado De Todas As Palavras Quando Leio Em Inglês?
    Feedback Em Educação
    Funciona?
    Halloween
    Há Mitos No Aprendizado De Inglês?
    Interlanguage: Uma Língua Intermediária
    Letra Feia é Um Problema?
    “Mania” Para Aprender Inglês?
    Manifesto Antigerundista
    Método Perfeito Para Aprender Inglês: Verdade Ou Mito?
    O Aprendiz Adulto De Inglês
    O Meu Colega Aprende Mais Do Que Eu
    O Que é Melhor: Aulas Em Escolas De Idiomas Ou Aulas Particulares De Idiomas?
    Os Diferentes Tipos De Erros No Aprendizado De Inglês
    Our Amazing Brain!
    Pleonasmo - Os Melhores Do Mundo
    Por Que é Importante Escrever Bem?
    Por Que Escolher A All About Idiomas?
    Por Que Eu Pareço Não Progredir No Aprendizado De Inglês?
    Professor De Idiomas - Uma Raça Em Extinção?
    Proposta De Reforma Ortográfica Bem Simplificada
    Qual é A Sua Motivação Para Aprender Inglês?
    Qual é A Vantagem De Aprender Inglês Na Idade Adulta?
    Qual é O Seu Jeito De Aprender?
    Qual O Segredo De Um Professor De Qualidade?
    Qual Será O Professor Ideal Para As Minhas Necessidades De Aprendizagem?
    Recorte Linguístico - Você Sabe O Que é Isso?
    Seja Fluente Em Mais De Um Idioma
    Será Que Você Tem Resistência Para Aprender Inglês?
    Sim! Problema Ou Preconceito Mesmo?
    Steve Jobs
    Teorias De Aprendizagem
    Você Assume A Responsabilidade Pelo Seu Aprendizado?

    Arquivos

    September 2017
    August 2017
    December 2015
    December 2013
    November 2013
    October 2013
    July 2013
    February 2013
    January 2013
    October 2012
    September 2012
    August 2012
    July 2012
    May 2012
    April 2012
    March 2012
    February 2012
    January 2012
    December 2011
    November 2011

    Licença Creative Commons
    Blog - Língua Real/Real Language de All About Idiomas é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
    Based on a work at allaboutidiomas.weebly.com.
Powered by Create your own unique website with customizable templates.