Aulas em grupo são ótimas, mas, às vezes, os alunos começam a "medir" o conhecimento deles com o do colega. E aí...
Por Marianne Rampaso*
E aí que começa a comparação: o João é melhor, a Maria é melhor, vou parar, estou em grupo errado, assim não dá, etc...
Só que há uma coisa: o João e a Maria não são iguais a você. Ninguém é igual e cada um tem seu ritmo e maneira de aprender. É claro que há casos em que um aluno é colocado em um nível errado, mas aí cabe ao professor ou coordenador competente remanejar este aluno para a turma certa.
Na maioria dos casos, no entanto, não é bem isso que acontece...
A comparação entra no nível da personalidade. Sabemos que há pessoas mais quietas, outras mais extrovertidas, mas ninguém disse que elas não aprenderão inglês por causa de suas personalidades. Como diz o ditado popular, "cada um na sua".
Há alunos que falam, falam, falam sem parar, mas tudo errado... Há outros que pouco falam, mas são certeiros e ótimos em atividades de reflexão... Nenhum é melhor do que o outro, mas sim aprendem de formas diferentes.
É claro que há o pessoal mais dedicado, que faz tudo, que procura coisas novas, que sempre aparece com um site novo ou uma coisa interessante que achou por aí. Estes aprendem mais mesmo, pois se esforçam e se interessam mais...
Em relação ao professor, cabe a ele identificar os estilos de aprendizagem e tentar adaptar a aula a eles.
Dá trabalho? Sim e muito! Além disso, requer estudo, conhecimento e tempo.
Mas o resultado compensa. Há também que se acreditar no que faz. Não adianta querer estimular as diferentes inteligências em sala se você, professor, acha isso tudo uma grande bobagem, uma enrolação, que teoria não presta para nada...
"Vou dar aquela aula empacotada e pronto. O que vale é o meu carisma, o meu talento...".
Quem pensa assim está bem desatualizado... Carisma por carisma, temos ótimos apresentadores na TV. Nem precisaria de professor, eles já bastavam para uma excelente aula, se pensarmos desta forma. Talento sem técnica não é nada!
Tudo bem que seguimos uma certa dinâmica e rotina na aula, mas há que se considerar a parte mais importante neste processo: os alunos. Afinal, não lecionamos para uma sala, uma lousa ou um computador. Lecionamos para pessoas - que sempre serão diferentes - e será com elas que construiremos o conhecimento.
Professor competente sabe estimular o que cada um tem de melhor. Sabe quem é o falador, quem é o estrategista, quem é o organizador do grupo. Sabe que são diferentes e muito valiosos em suas habilidades diversas. Professor bom sabe quem são seus alunos e observa como eles aprendem - e ninguém aprende da mesma forma!
*Biodata - Marianne Rampaso
Graduada em Letras, com habilitação em Tradução e Interpretação Inglês - Português pela Unibero. Pós-graduada em Língua Inglesa pela Universidade São Judas Tadeu Professora habilitada para o ensino de Inglês para Propósitos Específicos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente cursa o Teacher's Link, na PUC-SP, voltado ao desenvolvimento de pesquisa e reflexão aplicadas à sala de aula de língua inglesa. Atua há mais de dez anos como professora especializada no ensino de inglês geral e para propósitos específicos para aprendizes adultos.
Coautora do site www.englishatwork.com.br e professora experiente na divisão In Company.
Responsável pela área de língua inglesa da All About Idiomas.
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Baseado no trabalho em www.allaboutidiomas.weebly.com.