Por Marianne Rampaso*
Aula em escola de idiomas é bom? SIM!!!
Aulas particulares são boas? SIM!!!
Mas... como assim?
Sabe aquela “peça” mágica, chamada professor? Então, se ele for bom, será bom em qualquer canto!
Que me desculpem as escolas, mas sabemos que quem “segura” uma escola no mercado somos nós, professores. É a nossa qualidade que traz e retém alunos. Por mais recursos físicos e tecnológicos que uma escola possa ter, não adiantará nada se não houver um corpo docente muito bom. Somos NÓS, professores, que estamos na linha de frente, certo?
Tem gente espetacular ministrando aulas particulares e gente “perdida” dando aulas em escolas... E vice-versa!
Então a minha pergunta é sem resposta? Não! Vamos ver o que acontece nas duas situações:
a) Aulas de idiomas em escolas: podemos pensar que há mais segurança, confiabilidade, mais recursos e treinamentos para a qualificação do professor.
No entanto, o mundo não é perfeito! Há muitas escolas sérias, que realmente se preocupam com os critérios que acabei de listar e há muitas escolas que não são tão comprometidas assim...
Às vezes, temos professores maravilhosos em uma escola, mas quem conhece os bastidores de escolas de idiomas (principalmente as não tão sérias...) sabe: esse pessoal quase sempre cria problemas...
Como é que é? Criar problemas porque trabalha bem? É, infelizmente... Quem trabalha bem, mesmo que não queira, faz com que os alunos passem a exigir qualidade da escola. Acaba incomodando os outros professores - aqueles que não estão tão a fim de trabalhar - e trazendo comparações para a coordenação ou direção. E muita gente foge de problemas! Que tal aquele nivelzinho “mais ou menos”, que não causa espanto e nem repulsa nos alunos e mantém todos os professores no mesmo patamar? Sabe aquela solução “problems-free”, típica de quem não quer “pegar no batente”? Pois é. Ela resolve temporariamente, mas o resultado, em longo prazo, é um desastre!
Assim, os professores que trabalham bem acabam sendo acuados, ameaçados, chantageados...
O professor A se destaca? Ah, então não daremos turmas a ele, pois os alunos compararão com o professor B, que não se mexe muito, mas tá lá e não nos traz problema. É triste ouvir isso, pois todos acreditamos em qualidade, mas, infelizmente, os bastidores de muitas escolas são assim. Em vez de forçarem os “mais ou menos” a um patamar melhor, acabam ofuscando - e até punindo - os bons...
Gente incompetente não gosta que apontemos problemas, que façamos as coisas certas... Prova disso é a página do Facebook de uma menina de Santa Catarina, a Isadora Faber**, que resolveu tornar público todos os problemas de sua escola. Certo, correto, certíssimo... Só que a menina e a família passaram a receber ameaças... Nem precisa ser detetive para sabermos que foi - obra e arte - do pessoal do “mais ou menos”...
Acho que isso é uma desvantagem muito grande das escolas de idiomas, pois conseguir ter, cobrar ou manter um nível - bom - do corpo docente não é tarefa fácil. Exige uma coordenação forte, enérgica e muito bem qualificada. Você já deve ter vivenciado esta situação: o meu professor do básico era muito bom, mas o do intermediário, uma tristeza...
b) Aulas particulares: aqui a questão do professor é bem mais simples! Não gostou do professor ou da aula? “Thanks a bunch, mas não precisa mais voltar, OK?” Simples assim.
No entanto, se o professor é bom, o aluno tirou a sorte grande! Uma aula maravilhosa, toda pensada e direcionada ao aprendiz! Você vai estudar o quê precisa, com quem quiser e na hora que quiser. Você tem um curso sob medida e pode sugerir mudanças a qualquer hora. Além do mais, o professor é livre para pensar no que melhor funciona para você, sem a pressão da escola, sem ter que se preocupar se vai incomodar a coordenação ou os colegas...
É claro que o custo é geralmente mais alto - sabemos que qualidade também tem preço, uma vez que demanda recursos... E o professor particular arca com todos eles! Desde o livro adotado até as impressões e cópias para o aluno.
Como vimos, quer seja em escolas de idiomas ou em aulas particulares, tudo tem o seu lado bom ou ruim. Além disso, tem gente que adora estudar em escolas, de estar em contato com outras pessoas e tem gente que prefere ter aulas mais individualizadas. Afinal, cada um aprende de um jeito!
Quer seja em escolas ou com o seu professor particular, ambos têm que estar comprometidos com o seu aprendizado, ter qualificações na área e ter sempre em vista a qualidade. Exija sempre! É o seu direito!
** http://www.facebook.com/DiariodeClasseSC
*Biodata - Marianne Rampaso
Graduada em Letras, com habilitação em Tradução e Interpretação Inglês - Português pela Unibero. Pós-graduada em Língua Inglesa pela Universidade São Judas Tadeu Professora habilitada para o ensino de Inglês para Propósitos Específicos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Possui o curso Teacher's Link, na PUC-SP, voltado ao desenvolvimento de pesquisa e reflexão aplicadas à sala de aula de língua inglesa. Atua há mais de dez anos como professora especializada no ensino de inglês geral e para propósitos específicos para aprendizes adultos.
Coautora do site www.englishatwork.com.br e professora experiente na divisão In Company.
Responsável pela área de língua inglesa da All About Idiomas.

O que é melhor: aulas em escolas de idiomas ou aulas particulares de idiomas? de Marianne Rampaso é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Baseado no trabalho em allaboutidiomas.weebly.com.