Ah, que frase mais famosa... Devo ter ouvido isso umas cinco mil vezes, no mínimo.
No entanto, quem estuda inglês já deve ter tido este sentimento. Chega uma hora no curso que nada parece andar, nada vai para frente... Que desespero!
Pois é. Dá vontade de largar tudo, ficar em casa dormindo um pouco mais (se você estuda de manhã) ou chegar em casa mais cedo - para os que estudam à noite. Aí você pensa que está gastando tempo e dinheiro, pois nada progride...
Vamos lá, vamos analisar a situação since its very beginning (desde o comecinho): primeiro estágio de inglês, tudo é festa! Você fica maravilhado com quantas coisas já sabe falar, sabe dar o seu e-mail na empresa, pedir comida em uma lanchonete, dizer onde você mora, do que gosta ou não gosta. Parece tudo tão fácil, tão automático! E assim vai até você chegar ao intermediário. Aí tudo muda: parece que o “vírus da estagnação” contaminou a sala toda, você sente que não vai nem para frente e nem para trás... Não é assim?
Nos estágios básicos, usamos muito as coisas que estão na nossa rotina. Usamos aquilo a que somos expostos o tempo todo em inglês. Todo mundo sabe e-mail address, pizza delivery, 50% off... Estão todos lá, na rua, na esquina da sua casa.
Conforme vamos progredindo no estudo do idioma, entramos em contato com estruturas mais complexas da língua. Acontece que elas levam um tempo para serem acomodadas em nosso cérebro. “Acomodadas” não no sentido de “estagnação”, mas sim de fazer novas ligações conectivas com o que já sabemos. É como se elas se ligassem ao que já sabemos - o nosso conhecimento prévio - fizessem novas conexões, estabelecessem novas relações para entregar o “produto’” (linguagem) prontinho. É claro que a coisa em nosso cérebro é bem mais complexa, usei este exemplo apenas para ilustrar.
No entanto, basicamente, é isso que ocorre. Este processo leva tempo. Não é tão “eterno” quanto os alunos pensam, mas leva mais tempo do que nos estágios iniciais.
Só que há progresso. Você talvez não perceba, mas o seu professor certamente já percebeu que você entende melhor, que é mais fluente, que já não comete certos erros, que busca novas formas de falar as coisas. Ainda que erre, há tentativas de mudança, de negociação, de reformulação. Isso é normal e a isso damos o nome de processo de aprendizagem: interação, mediação, negociação.
Terminada a parte “científica” da coisa, vamos lá, caro aluno, à sua parte. E aí? O que você anda fazendo pelo seu inglês? Sinto muito pela sinceridade, mas além de reclamar sobre a sua falta de progresso, quais são os seus esforços? Cadê a sua responsabilidade de aprendiz? Puxão de orelha não, apenas conscientização....
Ah, mais que papo chato... Pode até ser, mas não fujamos do assunto! Quando você chega a um nível intermediário, já tem condições de fazer muita coisa em inglês - olha aí o progresso.
Você já pode, por exemplo, navegar por sites que apresentem exercícios interativos de inglês. Já pode ler textos simples de revistas, livros paradidáticos (aquelas edições simplificadas para alunos), ouvir notícias em sites que as oferecem de forma simplificada, assistir a filmes com legendas e som em inglês... Faço um parênteses aqui: você não precisa assistir a cinco horas de filme em inglês. Escolha um filme conhecido, aquela comedinha romântica que passa a toda hora na TV, e assista a dez ou vinte minutos com som e legenda em inglês, para começar. Faça isso com uma certa regularidade e veja os resultados depois de algum tempo. Enfim, há milhares de coisas para ajudar o seu desenvolvimento por aí.
Ninguém está sugerindo que você passe o dia todo atrás de atividades para melhorar o seu inglês, mas todo mundo tem uma meia hora por dia ou por semana para tentar. Sabe aquele tempinho que você gasta para postar a foto do seu pé, ou do macarrão que você comeu ontem no Face? Pois é, por que não tentar ver algum site legal neste intervalo? OK, OK, o Facebook é seu e você posta o que quiser. Concordo plenamente, mas só acho que as pessoas, às vezes, perdem um tempo precioso, principalmente as que têm urgência em aprender inglês! E depois percebem que não há progresso...
Tente achar algo que você goste, pode ser qualquer coisa, de notícias sobre futebol a revistas de fofoca em inglês. Tive uma aluna que vivia lendo uma revista de celebridades em inglês, todo mundo brincava com ela, fazia graça sobre isso. No entanto, um dia, ela disse na sala: “Eu estava lendo uma entrevista com o Brad Pitt e ele usou doesn't. Doesn't porque ele estava falando de uma terceira pessoa, né?” Genial, para dizer o mínimo. Ela conseguiu estabelecer uma ponte entre o que ela estava aprendendo e algo da vida real, a leitura de uma revista. Além disso, teve o empenho de correr atrás de algo de que gostava para melhorar o inglês.
Merece congrats!!! ou não? É claro que sim! Não canso de repetir: aprendiz responsável é aquele que se interessa pelo seu progresso, que vai além da sala de aula.
Lembre-se de que o seu professor não “passa conhecimento” e nem “aprende por você”. Isto significa que você, aluno querido, tem que fazer a sua parte, não adianta, não tem fórmula mágica e nem milagre... So, let's move on?
Veja a nossa lista de sites para o aprendizado de inglês:
http://allaboutidiomas.weebly.com/inglecircs---sites.html
*Biodata - Marianne Rampaso
Graduada em Letras, com habilitação em Tradução e Interpretação Inglês - Português pela Unibero. Pós-graduada em Língua Inglesa pela Universidade São Judas Tadeu. Professora habilitada para o ensino de Inglês para Propósitos Específicos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente cursa o Teacher's Link, na PUC-SP, voltado ao desenvolvimento de pesquisa e reflexão aplicadas à sala de aula de língua inglesa. Atua há mais de dez anos como professora especializada no ensino de inglês geral e para propósitos específicos para aprendizes adultos.
Coautora do site www.englishatwork.com.br e professora experiente na divisão In Company.
Responsável pela área de língua inglesa da All About Idiomas.
Por que eu pareço não progredir no aprendizado de inglês? de Marianne Rampaso é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
Based on a work at www.allaboutidiomas.weebly.com.